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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Henrique VI



  • nasceu em 6 de Dezembro de 1421
  • morreu em 21 ou 22 de Maio de 1471
  • foi Rei de Inglaterra entre 1422 e 1461, e depois por um breve período entre 1470 e 1471.

  • Grande parte do seu reinado foi marcado pela guerra das rosas, entre as casas de Lencastre (à qual Henrique pertencia) e de York.

Henrique era filho do rei Henrique V de Inglaterra e da sua rainha consorte Catarina de Valois, princesa de França.

Devido à morte prematura do seu pai, foi filho único e subiu ao trono com poucos meses. A regência foi assumida pelos tios João, Duque de Bedford e Humphrey, Duque de Gloucester e a sua mãe foi afastada da corte e da sua educação.

Henrique foi coroado rei de Inglaterra aos oito anos de idade, na Abadia de Westminster a 6 de Novembro. De acordo com o tratado de Troyes, foi também rei de França, sendo coroado na Catedral de Notre-Dame de Paris a 16 de Dezembro de 1431.

No entanto, Henrique não foi aceite pela maioria dos franceses, que reconheciam ao invés Carlos VII de França como seu monarca, e não é contabilizado como rei deste país.

A subida ao trono de Henrique representou um revés para a política externa de Inglaterra, nomeadamente na questão da guerra dos cem anos, até então governada pelo competente e agressivo Henrique V.

O regente e duque de Bedford assumiu o controlo da frente francesa e obteve em nome de Henrique VI alguns sucessos, até ao aparecimento de Joana d’Arc e ao repudio do sobrinho pelos franceses.

Depois da morte de Bedford em 1435, uma sucessão de erros militares e diplomáticos custou a perda dos territórios dominados pelos ingleses em França, nomeadamente o Ducado da Aquitânia (em 1449).

Em 1453, depois da derrota na batalha de Chatillon, a guerra dos cem anos acaba com a derrota de Henrique VI.

Ao atingir a maioridade, o rei mostrou-se um rei inseguro, pouco pragmático e muito influnciável, mais interessado em assuntos de religião que de governo.

Em 1445, Henrique casou com Margarida de Anjou, uma mulher ambiciosa que depressa se tornou na verdadeira mão atrás das suas decisões.

À medida que a situação em França piorava de dia para dia, aumentou também a instabilidade política em Inglaterra. Vários nobres desagradados com a personalidade do rei e com a influência de Margarida de Anjou, começaram a conspirar para a sua substituição, apoiando a casa de York nas suas crescentes pretensões à coroa.

Este facto não passou despercebido a Henrique VI. Em 1453, na época em que Inglaterra perdeu definitivamente a guerra dos cem anos, o rei encontrava-se à beira da depressão e a sua incapacidade ditou a escolha de Ricardo, Duque de York como regente., até Margarida o ter conseguido expulsar do poder em 1456

Para piorar a situação, corria o rumor que o seu filho recém nascido, Eduardo de Westminster, era ilegítimo e que o rei era impotente.

Em 1455, Henrique sente-se restabelecido e retira todos os cargos a Ricardo de York. Esta decisão precipita o confronto aberto; pouco depois as forças de York e os partidários do rei deforntam-se na batalha de St Albans, considerada como o início da guerra das rosas que havia de durar até 1487.

Em 1460 os York comandados por Ricardo Neville, Conde de Warwick conquistam Londres e a 4 de Março de 1461, depois da vitória na batalha de Mortimer’s Cross, Henrique VI é deposto e substituído pelo primo Eduardo de York, que se torna Eduardo IV de Inglaterra.

Henrique VI é aprisionado na Torre de Londres, sem qualquer influência na vida pública, mas os seus partidários, em particular Margarida de Anjou, continuam a opôr-se aos York.

Aproveitando-se de uma zanga entre Warwick e Eduardo IV em 1466, Margarida consegue que este general se torne apoiante da causa do rei em 1470. Para selar a aliança foi celebrado o casamento entre Anne Neville (filha de Warwick) e Eduardo de Westminster, o príncipe de Gales. Warwick invadiu então Inglaterra, à frente dos lancastrianos e derrotou a casa de York em batalha. Henrique VI foi libertado da prisão e solenemente reinvestido como rei de Inglaterra a 30 de Outubro do mesmo ano.

O seu regresso ao poder foi no entanto breve. As sucessivas vitórias de Warwick haviam-no tornado seguro demais para o que valia e fizeram-no tomar atitudes menos diplomáticas para com o ducado da Borgonha.

Em resposta, o duque Carlos aliou-se ao exilado Eduardo IV de Inglaterra, conferindo-lhe a ajuda necessária para reaver a coroa. A casa de York venceu a batalha de Tewkesbury a 4 de Maio de 1471, onde o príncipe de Gales morreu nos confrontos. Henrique VI foi uma vez mais deposto e colocado sob prisão na Torre de Londres. Sem querer cometer os mesmos erros do passado, Eduardo IV considerou que seria uma ameaça constante e mandou matá-lo no fim do mês de Maio.

Quanto a Margarida de Anjou depois seu marido ter sido  assassinado na Torre de Londres. Permaneceu sob custódia na Inglaterra até que o rei francês Luís XI a ter resgatado em 1475, tendo retornado a  França, onde morreu na pobreza

A vida de Henrique VI foi o tema principal de uma peça em três partes de William Shakespeare. Henrique foi o fundador do colégio de Eton e do King’s College da Universidade de Cambridge.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Henrique V


  • nasceu em Monmouth a 9 de Agosto 1387
  • morreu em a 31 de Agosto 1422
  • foi rei de Inglaterra entre 1413 e 1422.
  • Fez parte da dinastia de Lancaster e era filho do rei Henrique IV Bolingbroke e de Maria de Bohun.
Henrique de Monmouth (assim conhecido por ter nascido no castelo de Gales com o mesmo nome) foi criado longe da corte, uma vez que não era descendente de um pretendente à coroa.

Em 1399, o seu pai revoltou-se contra o primo Ricardo II de Inglaterra, acabando por depô-lo e subir ao trono. Esta mudança conferiu um novo estatuto a Henrique, agora herdeiro da coroa e como tal Duque da Cornualha e Príncipe de Gales.

Estes títulos não eram só nominais. Henrique encarregou-se desde muito cedo da administração de Gales e em 1403, com apenas 16 anos, liderou os ingleses na batalha de Shrewsbury, que pôs fim à revolta organizada por Henry Percy.

Apesar de seriamente ferido em batalha, Henrique sobreviveu e continuou no terreno, lutando até 1408 contra Owain Glyndwr, outro rebelde galês.

A partir de 1410, Henrique assumiu o controle da administração, devido ao estado de saúde do pai, cada vez mais débil.

Finalmente em 20 de Março de 1413, Henrique de Monmouth sucede a seu pai como Henrique V.

As suas primeiras medidas foram no sentido de pacificar os conflitos internos derivados da violenta subida ao poder do seu pai. Foram emitidas amnistias e reinstituídos como herdeiros os filhos de homens que se opuseram a Henrique IV e morreram por isso.

Livre de pressões internas, Henrique dedicou-se à política externa, nomeadamente à sua pretensão à coroa de França e à resolução da guerra dos cem anos que durava já desde 1337.

A campanha de 1415 foi marcada pelo sucesso da batalha de Azincourt (25 de Outubro), onde as suas reduzidas tropas derrotaram o grosso do exército francês e dos seus aliados.

Em 1417, Henrique renova as hostilidades e conquista a Normandia, enquanto os franceses se encontravam divididos pelas disputas entre Armagnacs e borgonheses. Ruão cai em Janeiro de 1419 e em Agosto Henrique acampa com o seu exército sob as muralhas de Paris

Em Setembro João o Temerário, Duque da Borgonha é assassinado e a capital perde qualquer esperança de salvamento. Depois de seis longos meses de negociações, Henrique é declarado herdeiro e regente de França pelo tratado de Troyes e casa com a princesa Catarina de Valois a 2 de Junho de 1420.

Tudo parecia apontar para a união pessoal com a França e Henrique retirou-se, no auge do seu poder, para Inglaterra.

A visita a casa durou pouco tempo. Em 1421, o seu irmão Tomás, Duque de Clarence, morreu na batalha de Baugé e obrigou Henrique a regressar ao teatro de operações.

O Inverno passado em campanha, no cerco de Meaux, enfraqueceu-lhe a saúde e o rei acabou por morrer de disenteria em Agosto de 1422.

O corpo foi transladado para Londres e encontra-se sepultado na Abadia de Westminster.

Henrique V foi sucedido pelo filho único e homónimo, então um bebé de oito meses, longe de representar o líder forte que se desejava para manter os princípios do tratado de Troyes.

Assim, quando Carlos VI de França morreu poucos meses depois, o seu filho ficou à vontade para ignorar os acordos e, apesar de deserdado, reclamar a coroa francesa.

Só em 1801 os reis ingleses abdicaram dessa pretensão.

sábado, 13 de novembro de 2010

Henrique IV



  • nasceu em Bolingbroke a  3 de Abril de 1367
  • morreu a 20 de Março de 1413

  • foi rei de Inglaterra entre 1399 e 1413, o primeiro da dinastia de Lancaster. Henrique era filho de João de Gante, Duque de Lancaster, e neto do rei Eduardo III de Inglaterra.

  • Nasceu no castelo de Bolingbroke no Lincolnshire e, de acordo com o costume da época, passou a ser conhecido como Henrique Bolingbroke.
Apesar de apoiar o primo Ricardo II de Inglaterra no início do reinado deste, depressa os dois homens entraram em conflitos. Henrique acabou mesmo expulso do país e deserdado em 1398.

No ano seguinte, o seu pai morre na Aquitânia e Ricardo II confisca todos os seus bens para a coroa. Mas o monarca não era popular nem considerado competente e Henrique valeu-se disso para iniciar uma revolta aberta em 30 de Setembro de 1399.

O golpe é bem sucedido e Henrique é coroado rei de Inglaterra a 13 de Outubro, na Abadia de Westminster, iniciando a dinastia de Lancaster. Ricardo II foi deposto e assassinado por precaução no ano seguinte.

Em 1380, Henrique casou com Maria de Bohun, de quem teve vários filhos e filhas.que morreu ao dar à luz sua última filha no Castelo de Peterborough em 4 de julho de 1394, cinco anos antes de seu marido assumir o trono como Henrique IV de Inglaterra.


 Já rei, Henrique desposou a princesa Joana de Navarra, filha do rei Carlos II, com quem não teve descendência., embora ela já tivesse 9 filho do casamento anterior terminado em 1399, por morte doo seu marido

Após um casamento por procuração, Joana e Henrique IV se casaram em pessoa, em 7 de fevereiro de 1403, na Catedral de Winchester. Ela estava com 35 anos, e Henrique, com quase 37, e não tiveram filhos. Apenas dez anos depois, Henrique morreu e ela enviuvou novamente.

O reinado de Henrique foi marcado por várias insurreições populares, nomeadamente no País de Gales e em Inglaterra. O insucesso destas rebeliões deveu-se em parte à habilidade militar do seu herdeiro, o futuro Henrique V.

O fim da vida de Henrique IV foi marcado por problemas graves de saúde devidos a uma doença de pele, possivelmente psoríase ou um sintoma de sífilis. Henrique morreu em 1413 e encontra-se sepultado na catedral da Cantuária.

A sua vida encontra-se retratada em Henrique IV, uma peça em duas partes de William Shakespeare.

Henrique IV era irmão da Rainha de Portugal, D. Filipa de Lencastre (Primeira rainha da dinastia de Avis).

  • Descendencia
  • do seu casamento com Maria de Bohum

  • Eduardo (1382)
  • Henrique V, rei de Inglaterra (1387-1422)
  • Tomás, Duque de Clarence (1388-1421), morreu em batalha
  • João, Duque de Bedford (1389-1435)
  • Humphrey, Duque de Gloucester (1390-1447)
  • Branca (1392-1409), casou com Luís III, Eleitor Palatino
  • Filipa (1394-1430), casou com o rei Érico I da Dinamarca, Suécia e Noruega

sábado, 26 de junho de 2010

Ricardo II


  • nasceu em 6 de Janeiro, 1367
  • morreu em Fevereiro de 1400
foi rei de Inglaterra entre 1377 e 1399.

Era filho de Eduardo, Príncipe de Gales e de Joana de Kent e tornou-se herdeiro da coroa e Príncipe de Gales em 1376, depois da morte prematura do pai e de
um irmão mais velho.

Ricardo sucedeu como ao avô Eduardo III, mas acabou deposto pelo primo Henrique Bolingbroke, um Lancaster.


Na sua ascensão ao trono, Ricardo II tinha apenas dez anos, e como tal não poderia deter o poder real. A regência foi assegurada por um conjunto de homens fortes que incluíam o tio João de Gant, Duque de Lancaster.

Em 1381, Ricardo II saltou para a ribalta da política ao negociar pessoalmente com os líderes de uma revolta popular. As suas acções prometiam um rei competente, o que acabou por não se provar. Ricardo II mostrou-se um rei vacilante, influenciável e nalgumas circunstâncias tirânico.

Em 1382, Ricardo casou com Ana da Boémia, filha de Carlos IV, Imperador do Sacro-Império.

O casal foi feliz, mas a união não produziu qualquer descendência. Ricardo II casou uma segunda vez em 1394, com Isabel de Valois, filha do rei Carlos VI de França; a união não chegou a ser consumada, porque a princesa tinha apenas seis anos de idade e assim seria incapaz de produzir um herdeiro por muitos anos.

Para o fim do seu reinado, Ricardo II entrou em disputa aberta com a família Lancaster, liderada por João de Gant, que tinha sido despachado para o continente como Duque da Aquitânia.

Em 1398 expulsou também do país Henrique de Lancaster, seu primo, e quando o tio morreu em 1399, confiscou para a coroa todos os seus bens. Esta decisão valeu-lhe o ódio de Henrique, que invadiu Inglaterra.

Ricardo II foi deposto no mesmo ano O relato oficial dos eventos afirma que Ricardo voluntariamente concordou no dia 29 de setembro em abdicar a favor de Bolingbroke. Apesar provavelmente isso não ter sido o caso, o parlamento que se reuniu no dia seguinte aceitou a abdicação. Bolingbroke foi coroado rei como Henrique IV no dia 13 de outubro de 1399.

 Acredita-se que ele morreu de fome no cativeiro por volta do dia 14 de fevereiro de 1400, apesar de ainda ser discutida a data e a circunstâncias de sua morte. Seu corpo foi levado de Pontefract e exibido na Antiga Catedral de São Paulo em 17 de fevereiro antes de ser enterrado na Igreja de Todos os Santos em Kings Langley, Hertfordshire, em 6 de março.

Persistiram os rumores que Ricardo ainda estava vivo, porém nunca ganharam muito crédito na Inglaterra.] Entretanto na Escócia, um homem identificado como Ricardo foi parar nas mãos de Roberto Stuart, Duque de Albany, no Castelo de Stirling, servindo como uma figura fictícia e até mesmo relutante de várias intrigas anti-Lencastre e lollardas na Inglaterra. O governo de Henrique o considerou um impostor e várias fontes nos dois reinos sugerem que o homem sofria de alguma doença mental, um descrevendo-o como "pedinte" na época de sua morte em 1419, porém foi enterrado como rei no mosteiro dominicano de Stirling.

 Enquanto isso em 1413, Henrique V – em uma tentativa de reparar o ato de assassinato de seu pai e acabar com os rumores que Ricardo ainda estava vivo – decidiu retirar o corpo do rei de Kings Langley e levá-lo para seu local de descanso final na Abadia de Westminster. onde  o próprio Ricardo havia preparado uma tumba elaborada, junto  do corpo de sua primeira esposa Ana da Boêmia 
.
Ricardo II foi o último rei do ramo primogénito da dinastia Plantageneta (esta iria perdurar através dos ramos cadetes York e Lancastre por quase um século).

A subida ao trono de Henrique IV foi contestada e a médio prazo degenerou na guerra das 2 rosas.

A sua vida encontra-se retratada na peça de William Shakespeare em  Ricardo II.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Eduardo III



  • Nasceu a 13 de Novembro, 1312
  • morreu em 21 de Junho, 1377
  • foi Rei de Inglaterra entre 1327 e 1377.
  • Era filho de Eduardo II de Inglaterra e da princesa Isabel de França.
  • Reinado

Tornou-se rei da Inglaterra aos 14 anos, após seu pai ter sido deposto pela própria esposa, a princesa Isabela de França.

Teve como regentes a sua própria mãe e Roger Mortimer, seu tutor, responsáveis pela precoce coroação.
Em 24 de janeiro de 1328, se casou com Filipa de Hainault, com quem teve uma ampla descendência.
Ao contrário de seu pai, Eduardo III tinha uma personalidade forte, revelada logo que atingiu a maioridade. Ao completar 18 anos, tomou o controle do país e ordenou a execução de Mortimer, o seu padrasto e exilou sua mãe, acusando-os do assassinato de seu pai, três anos antes.

Eduardo III dedicou o início da década de 1330 para restaurar o domínio sobre a Escócia, que aproveitara a confusão na política inglesa durante o reinado de Eduardo II e dos anos que se seguiram, para readquirir sua independência.

Com a conquista da vitória assegurada na batalha de Halidon Hill, em 1333, Eduardo III voltou-se para outro conflito marcante durante a Idade Média.

Em 1328, Carlos IV de França, o último dos três filhos de Filipe IV, morreu sem deixar um descendente do sexo masculino. Como na França vigorava a lei sálica, a Coroa passou para Filipe de Valois, um primo distante, que foi coroado como Filipe VI de França.

Eduardo III era sobrinho do falecido Carlos IV, pelo lado materno, e considerou a sua pretensão mais razoável que a do Conde de Valois, apesar de a lei sálica tecnicamente o excluir da sucessão.

Os franceses não aceitaram essa hipótese que resultaria numa perda de independência e confirmaram Filipe VI como rei. Depois de alguns conflitos diplomáticos, Eduardo III declarou hostilidade aberta à França, iniciando assim a Guerra dos Cem Anos.

O início das hostilidades foi marcado pelos sucessos da batalha de Crecy (1346) e da batalha de Poitiers (1356), e pela conquista de grande parte do Norte de França.

Apesar disso, Eduardo III não fez nenhuma tentativa para ir mais longe e conquistar Paris, por exemplo. Entregado o controle da frente francesa ao filho Eduardo, o Príncipe Negro, que já se mostrava um notável líder militar, enquanto Eduardo III se concentrou na guerra com a Escócia.

O resultado da campanha do Príncipe Negro foi excelente: a Inglaterra venceu a França na Batalha de Poitiers e Eduardo III teve a honra de ver o rei João II de França como seu prisioneiro. As condições de resgate detalhadas no Tratado de Brétigny garantiam o pagamento de 3.000.000 de coroas para o seu reino e cerca de um terço do território francês.

Apesar de se respeitarem mutuamente, Eduardo III e o seu primogénito não tinham uma relação muito harmoniosa nem partilhavam a mesma visão de como deveria ser a política interna.

O casamento do príncipe de Gales com Joana de Kent tinha sido motivo de grande ressentimento para Eduardo III. No entanto, quando Eduardo de Gales morreu, em 1376, Eduardo III chorou a sua morte e se tornou melancólico. Morreu no ano seguinte, sendo sucedido pelo neto Ricardo.

Depois da morte de Eduardo III, a sucessão do trono inglês parecia assegurada, seja por Ricardo, ainda muito jovem, seja pelo grande número de filhos que Eduardo gerou. Porém, os conflitos que em breve ocorreriam, entre os diversos ramos da sua descendência, deram origem à Guerra das Rosas, onde os seus netos, divididos entre as casas de York e Lancaster, disputaram a coroa numa sangrenta guerra civil.

  • Descendência

Nota: Os seus filhos ficaram conhecidos pela cidade onde nasceram.
  1. Eduardo, Príncipe de Gales, o Príncipe Negro (1330-1376), casou com Joana de Kent e foi pai de Ricardo II de Inglaterra, o último Plantageneta
  2. Isabel Plantageneta (1332-1382), casou com Enguerrand VII, Senhor de Coucy
  3. Guilherme Plantageneta (1334-1337)
  4. Joana Plantageneta (1335-1348)
  5. Leonel de Antuérpia, Duque de Clarence (1338-1368), casou com Isabel de Burgh e Valentina Visconti de Milão, mas teve apenas uma filha
  6. João de Gaunt, Duque da Aquitânia e de Lancaster (1340-1399). Os seus descendentes formaram a Casa de Lancaster, a facção da rosa vermelha na Guerra das Rosas. Foi também pai de Filipa de Lancaster, mulher do rei João I de Portugal.
  7. Edmundo de Langley, Duque de York (1341-1402). Os seus descendentes formaram a Casa de York, a facção da rosa branca na Guerra das Rosas.
  8. Branca Plantageneta (1342)
  9. Maria Plantageneta (1344-1361), casou com João V, Duque da Bretanha
  10. Margarida Plantageneta (n.1346), casou com John Hastings, Conde de Pembroke
  11. Tomás de Woodstock, Duque de Gloucester (1355-k.1399), casou com Leonor de Bohun

quarta-feira, 10 de março de 2010

Eduardo II


  • nasceu em Castelo de Caernarfon, 25 de abril de 1284
  • morreu em Gloucestershire a 21 de setembro de 1327
  • foi rei de Inglaterra de 1307, sucedendo ao pai, a Janeiro de 1327, quando foi obrigado a abdicar para Eduardo III.

  • Era o filho mais novo de Eduardo I de Inglaterra e de Leonor da Provença e nasceu no Castelo de Caernarfon no País de Gales.
  • Foi também o primeiro Príncipe de Gales, a partir de 1301.
  • Reinado
Eduardo tornou-se herdeiro da Coroa com poucos meses de vida, devido à morte de seu irmão mais velho, Afonso, ainda criança.

Desde cedo Eduardo I tentou educá-lo para governar, enfocando os aspectos militares. O príncipe participou de várias campanhas contra os escoceses mas, para desgosto do pai, desenvolveu o que os historiadores contemporâneos descrevem como uma personalidade fútil e extravagante.

Eduardo I atribuiu tal comportamento à má influência do amigo íntimo do filho, Piers Gaveston, e exilou-o para a sua Gasconha natal.

Gaveston era natural da Gasconha, então uma província do Ducado da Aquitânia, uma possesão da coroa inglesa. Veio para a corte de Inglaterra muito jovem e desde a infância adquiriu o estatuto de melhor amigo do Príncipe de Gales, o futuro Eduardo II. O rei Eduardo I desconfiava da natureza da relação acreditase que os dois eram amantes, Gaveston pela influência negativa que julgava ter sobre o filho. Em resultado, foi exilado para a Gasconha.

Em Julho de 1307, torna-se o rei Eduardo II com a morte do pai durante uma campanha.

A sua primeira atitude foi chamar Gaveston de novo à corte oferecer-lhe o condado da Cornualha e casá-lo com a sobrinha Margarida de Gloucester.

A relação dos dois era escandalosa e contribuía, na opinião dos nobres ingleses, para a negligência do rei nos assuntos da governação. Odiado pelos seus pares, Gaveston foi exilado mais duas vezes, apenas para ser chamado de volta assim que Eduardo II considerava prudente.

O seu principal inimigo era Tomás de Lancaster, um dos primos do rei, que Gaveston havia derrotado num torneio, mas muitos mais detestavam o favorito.

Em 1312 foi considerado necessário tomar medidas mais drásticas e Gaveston é assassinado por Lancaster.

Eduardo não era um homem dado à governação, preferindo os divertimentos da corte e as caçadas. Talvez devido à forte personalidade do pai, que sempre o controlou, tinha pouca confiança em si mesmo e era muito permeável à influência e à manipulação externa.

Em 25 de Janeiro de 1308, casou com a princesa Isabel de França, filha do rei Filipe IV. Foi uma união condenada ao fracasso, visto que Isabel foi rapidamente ignorada pelo marido, que, de acordo com alguns indícios, parece ter sido homossexual.

Apesar disso, tiveram quatro filhos.

Eduardo II nada fez para vingar a sua morte e em vez disso assistiu à formação do Parlamento e à passagem do poder efectivo para um conjunto de 21 nobres.
Gaveston foi substituído por Hugh le Despenser, cujo pai, de mesmo nome, era então um político experiente que soube tirar partido da relação.

Em breve a Inglaterra caíu num estado próximo da guerra civil entre o rei controlado pelos Despenser e os outros nobres. Entretanto, Roberto I da Escócia conquistava o terreno perdido para Eduardo I durante os anos anteriores, e conseguiu uma vitória significativa na batalha de Bannockburn.

A Batalha de Bannockburn (23-24 de junho de 1314) foi travada entre forças da Inglaterra e da Escócia, resultando em vitória significativa para esta última, no âmbito das Guerras de Independência Escocesa.
O exército inglês, de cerca de 25 000 homens, comandado por Eduardo II da Inglaterra, foi interceptado no vau de Bannockburn (riacho Bannock Burn, afluente do rio Forth) por um contingente escocês de cerca de 9000 soldados, sob o comando de Robert Bruce. Aos primeiros embates do dia 23, relativamente modestos, seguiu-se um grande confronto no dia seguinte. O resultado pode ser atribuído à desastrada disposição das forças inglesas, entre dois riachos e em solo pantanoso. Eduardo II retirou-se do campo e fugiu de volta à Inglaterra.
A vitória escocesa foi completa e, embora o reconhecimento inglês da independência da Escócia ainda tardasse mais de 10 anos (1328), ajudou Robert Bruce a restabelecer um Estado soberano escocês.

Esta derrota enfraqueceu ainda mais o poder de Eduardo II e nos anos seguintes a Inglaterra foi governada por Hugh le Despenser pai, que não hesitou em mandar executar ou exilar os seus adversários políticos.

Em 1325, Isabel de França abandonou o país com o futuro Eduardo III a pretexto de uma visita ao Ducado da Aquitânia mas os seus motivos eram bem diferentes. Depressa anunciou que se recusava a entregar o herdeiro enquanto os Despenser se encontrassem em favor real.

A seu lado estavam os nobres exilados que detestavam o rei e o seu favorito, em particular Roger Mortimer, Conde de March, que tinha se tornado seu amante.

Em Setembro de 1326, Isabel desembarcou em Essex acompanhada por um exército, anunciando que vinha para vingar as perseguições e expulsar os Despenser do poder. De imediato obteve o apoio de muitas casas importantes e avançou para Londres com confiança.

Abandonado pelos seus partidários Eduardo II fugiu da capital e refugiou-se no Castelo de Glamorgan, propriedade dos Despenser.

Isabel seguiu-o e tomou o castelo, executando Hugh le Despenser pai e filho, sem contemplações.

Eduardo ainda tentou fugir à mulher, mas foi capturado pouco depois e encarcerado em Kenilworth. Em 25 de Janeiro de 1327, o Parlamento reunido em Westminster obrigou-o a abdicar para o filho.

  • Últimos dias

A regência de Isabella e Mortimer era precária. Em 3 de Abril, Eduardo II foi removido de Kenilworth e confiado à guarda de dois subordinados Mortimer e, em seguida, levado para o Castelo de Berkeley, em Gloucestershire, onde acredita-se, ele foi assassinado por um agente de Isabella e Mortimer.

Eduardo II foi tratado em condições sub-humanas pois esperava-se que ele não resistisse muito tempo a alguma doença e morreria de forma que parecesse natural. Mas isso não aconteceu e os regentes viam sua situação piorar a cada dia até que um dos guardas teve uma idéia para assassiná-lo.

Não era possível usar venenos ou qualquer tipo de armas que deixassem à mostra uma prova que ele teria sido assassinado. Então. na noite de 21 de Setembro, Eduardo II foi surpreendido enquanto dormia.

Um grande colchão foi jogado sobre ele para abafar seus gritos enquanto um chifre de boi oco era introduzido em seu ânus. Por dentro do chifre, passou um ferro em brasa que queimou seu intestino e vários órgãos internos.

Houve rumores que Eduardo II tinha sido morto pela inserção de um pedaço de cobre em seu reto (mais tarde, uma haste de ferro vermelho e quente, como no suposto assassinato de Edmund Ironside).

A razão de usarem um chifre era para permitir ao ferro em brasa penetrar, queimar as entranhas do rei e sair sem ferir suas nádegas.

Na sequência do anúncio público da morte do rei, a situação de Isabella e Mortimer não duraria muito. Eles fizeram a paz com os escoceses no Tratado de Northampton, mas esse acordo foi extremamente impopular.

Assim, quando Eduardo III assumiu o trono em 1330, ele mandou executar Roger Mortimer com base em quatorze acusações de traição, mais significativamente o assassinato de Eduardo II.

Eduardo III poupou sua mãe e lhe deu um generoso subsídio, mas garantiu que ela se retirasse da vida pública sendo confinada num castelo.

Ela morreu em Hertford em 23 de Agosto de 1358.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Eduardo I


  • Eduardo I de Inglaterra


  • nasceu a 17 de Junho de 1239
  • morreu em Burgh-a-Sands, Cumberland, na fronteira escocesa a 7 de Julho de 1307, cognominado Longshanks,(Pernas longas)

  • foi um Rei de Inglaterra da dinastia Plantageneta entre 1272 e 1307.
  • Era filho de Henrique III de Inglaterra, a quem sucedeu em 1272, e de Leonor da Provença. Durante o seu reinado, a Inglaterra conquistou e anexou o País de Gales e adquiriu controle sobre a Escócia.
  • Reinado

Eduardo mostrou ter uma personalidade e estilo de governação bastante diferentes do seu pai, que procurava reinar por consenso, resolvendo crises de forma diplomática.

A primeira prova do seu carácter forte surgiu em 1265, ainda enquanto herdeiro, quando derrotou decisivamente o rebelde Simão de Montfort, Conde de Leicester na batalha de Evesham, perseguindo depois todos os seus apoiantes e família.

Suas acções garantiram uma reputação de violência e falta de misericórdia para com os seus adversários.

Em 1270, Eduardo juntou-se ao movimento das Cruzadas em parceria com o rei Luís IX de França.

Devido aos ataques continuados aos estados cruzados do Levante, São Luís decidiu lançar uma Oitava Cruzada, para a qual se apresentaram os seus filhos, além de numerosos príncipes e senhores.

Partiram em direcção a Túnis a 4 de Julho de 1270. Mais uma vez no mar, outra grande tempestade dispersou as embarcações e impediu muitas outras de partir.

São Luís esperava converter o sultão de Túnis ao cristianismo para, aliados, atacarem o sultão do Egipto. No entanto, depois da rápida conquista de Cartago pelos cruzados, este não permitiu sequer o desembarque da armada europeia. Iniciou-se um confronto, com os franceses assediando vários pontos nevrálgicos dos inimigos e a própria capital. Como esta resistisse, decidiram domina-la cortando os víveres.

Mas as doenças da cidade atingiram também o exército francês. Luís IX viu morrer seu filho João Tristão, nascido durante o seu cativeiro no Egipto, e pouco depois morreria ele mesmo, a 25 de Agosto de 1270, precisamente 22 anos após a sua partida para a Sétima Cruzada.

Tradicionalmente tem sido aceite que fora vitimado pela peste bubónica, mas estudos recentes indicam a sua morte por disenteria.

Enquanto se encontrava na Terra Santa, Henrique III faleceu e Eduardo regressou a Inglaterra para reclamar a coroa em 1274.

Em 1282, os nobres do País de Gales, liderados pelos príncipes Llywelyn e Dafydd, revoltaram-se contra a presença inglesa. Eduardo lançou contra eles toda a sua força militar e derrotou o exército rebelde.

Para além de perseguir até ao último os nobres galeses, Eduardo fortificou o país de forma a assegurar a sua posição.

Sem mais família real ou aristocracia digna de tomar iniciativa, o País de Gales foi incorporado em Inglaterra em 1284 através do Estatuto de Rhuddlan.

Para financiar a sua expedição contra Gales, Eduardo impôs um novo sistema de impostos aos usurários judeus, o que deixou muitos deles na bancarrota.

Quando não puderam mais contribuir, Eduardo acusou-os de falta de lealdade ao Estado e passou a persegui-los.

Cerca de 300 chefes de família foram assassinados na Torre de Londres e muitos mais no resto de país.

Em 1290, Eduardo expulsou os últimos judeus de Inglaterra. Os judeus só puderam regressar à Inglaterra no século XVII, após a missão bem-sucedida de Menasseh ben Israel, que pediu a Oliver Cromwell a permissão de entrada no país para os judeus neerlandeses.

Depois destes episódios contra Gales e o povo judaico, Eduardo virou as suas atenções para a Escócia, onde se vivia uma crise dinástica depois da morte da rainha-criança Margarida I da Escócia, que morreu num naufrágio em 1290.

O seu plano inicial era casar o seu herdeiro Eduardo com Margarida e assim concretizar a anexação, mas quando esta morreu com apenas sete anos, Eduardo I foi convidado pela nobreza escocesa a escolher o novo rei.

Em 1291, a escolha recai sobre John Balliol, um homem extremamente impopular, o que resultou na primeira das guerras da independência da Escócia.

O herói desta guerra contra Eduardo I foi William Wallace, cuja vida fantasiada foi retratada no filme Braveheart. Após mais de dez anos de conflito, Wallace foi feito prisioneiro à traição e executado brutalmente para dar o exemplo.

O efeito foi o oposto visto que os escoceses se motivaram ainda mais pela independência através do martírio de Wallace.

A vida de Eduardo I não foi melhor depois disso. Ele perdeu sua amada primeira esposa, Leonor, e seu herdeiro, Eduardo II, também não era o que ele esperava.

O plano de conquistar a Escócia acabou por fracassar.

Em 1307 ele morreu em Burgh-a-Sands, Cumberland, na fronteira escocesa, a caminho de uma outra campanha contra esses últimos que, ironicamente, estavam sob a liderança de Robert Bruce, amigo de Wallace.

Eduardo foi sepultado na Abadia de Westminster, em uma tumba de mármore preto, que nos últimos anos foi pintado com as palavras Edwardus Primus Scottorum malleus hic est, pactum Serva (Aqui está Eduardo I, martelo escocês. Mantenha a Fé).

Em 2 de Janeiro de 1774, a Sociedade de Antiquários abriu o caixão e descobriu que seu corpo havia sido perfeitamente preservado por 467 anos. Seu corpo foi medido em 6 pés 2 polegadas (188 cm).

  • Descendência
  • De sua primeira mulher, a princesa Leonor de Castela (1240-1290)
1-Catarina (1264)
2-Joana (1265)
3-João (1266-1271)
4-Henrique (1268-1274)
5-Leonor Plantageneta (1268-1297), casou com Afonso III, Rei de Aragão e com Henrique III, Conde de Bar
6-Joana Plantageneta (1272-1307), casou com Gilberto de Clare, Conde de Gloucester
Afonso, Conde de Chester (1273-1284)
7-Margarida Plantageneta (1275-1333), casou com João II, Duque de Brabante
8-Berengária (1276-1278)
9-Maria Plantageneta (1279-1332), freira
10-Isabel Plantageneta (1282-1316), casou com Humphrey VIII de Bohun, Conde de Hereford e Essex
11-Eduardo II, Rei de Inglaterra (1284-k.1327)
12-Beatriz, princesa de Inglaterra (1286)
13-Branca, princesa de Inglaterra (1290)

  • De sua segunda mulher, a princesa Margarida de França (1275-1317)
14-Tomás Plantageneta, Conde de Norfolk (1300-1338)
15-Edmundo Plantageneta, Conde de Kent e Arundel (1301-e.1330)
16-Leonor (1306-1311)

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Henrique III



Henrique III

Nasceu em Winchester a 1 de Outubro de 1207
Morreu no Palácio de Westminster a 16 de Novembro de 1272

Rei de Inglaterra e duque da Aquitânia entre 1216 e 1272.
Até 1259 foi também duque da Normandia e conde de Anjou, embora apenas nominal, visto que estes territórios tinham sido conquistados e anexados pelo rei Filipe II de França em 1204.

Henrique III era filho de João I de Inglaterra e da sua segunda mulher Isabel de Angoulême e sucedeu ao pai com apenas nove anos.


O longo reinado de Henrique foi marcado por disputas internas e assistiu à revolta de Simão de Montfort, Conde de Leicester.

Simão de Monforte é originário da casa de Monforte-Amaury, uma família de barões de Île-de-France pelo lado paterno, Simão III de Monforte, e da nobreza anglo-normanda pelo lado de sua mãe, Amicie de Beaumont, dama de Leicester.
Seu avô, Amaury III de Monforte foi conde de Évreux e Senescal da França. Seu pai Simão era gruyer real da floresta de Yvelines. Sua mãe era herdeira da metade do condado de Leicester e tinha o direito ao título de Senescal da Inglaterra. Os detalhes de sua infância são desconhecidos.


Apesar de cunhado de Henrique III, Leicester não lhe fez a vida fácil e foi o responsável pela convocação da primeira sessão do parlamento britânico, ao abrigo das disposições da Magna Carta.

Em 1264, Henrique é derrotado em batalha de Lewes e feito prisioneiro.

No ano seguinte, por iniciativa do seu herdeiro Eduardo, que derrotou decisivamente o rebelde Simão de Montfort, na batalha de Evesham, é libertado e reprime com violência os últimos focos de revolta.

Por volta de 1270, Henrique abdica em tudo menos no aspecto formal para Eduardo e morre em 1272 com 65 anos.

Encontra-se sepultado na Abadia de Westminster em Londres.

  • Descendência

  • De sua mulher, Leonor da Provença:
1-Eduardo I, rei de Inglaterra (1239-1307)
2-Margarida Plantageneta (1240-1275), casou com Alexandre III da Escócia.Tiveram 3 filhos
  • está sepultada na abadia de Dumferline.
3-Beatriz Plantageneta (1242-1275), casou com João II, Duque da Bretanha.Tiveram 6 filhos
4-Edmundo, conde de Leicester (1245-1296)
5-Catarina (1253-1257)-Faleceu com 4 anos

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

D,João I


João I de Inglaterra ou João Sem Terra

Nasceu em Oxford, 24 de Dezembro de 1166
Morreu no Castelo de Newark, Nottinghamshire, 18 de Outubro de 1216

Pela Graça de Deus, Rei de Inglaterra, Senhor da Irlanda, Duque da Normandia e da Aquitânia e Conde de Anjou

Quinto filho de Henrique II, não herdou nenhuma terra quando da morte de seu pai, fato que lhe deu o seu cognome.
Passou à História como o rei que assinou a Magna Carta, considerado o início da monarquia constitucional em Inglaterra.
  • Primeiros anos
Era o mais novo entre os cinco filhos do rei Henrique II de Inglaterra e Leonor da Aquitânia e não se esperava que sucedesse ao trono.

Foi, no entanto, o único dos filhos legítimos de Henrique II que não se revoltou contra o poder do pai. Talvez, como compensação, João foi nomeado Senhor da Irlanda em 1185.

O seu governo foi desastroso e foi obrigado a abandonar o território poucos meses depois.

Em 1188, Henrique tentou tornar João Duque da Aquitânia, em substituição de Ricardo Coração de Leão, que considerava de pouca confiança.

O resultado foi catastrófico para Henrique II, que morreu durante a expedição punitiva organizada contra Ricardo.

Ricardo ascendeu ao trono e, antes de partir para a Terra Santa, nomeou como seu sucessor e herdeiro da coroa o sobrinho Artur.

Entre 1189 e 1194, João foi a figura mais importante de Inglaterra durante a ausência de Ricardo, primeiro em cruzada, depois no cativeiro na Alemanha.

João insurgiu-se contra Ricardo e, aliando-se de novo ao rei da França, apoderou-se da alta Normandia e da Touraine.

Foi a si que coube a tarefa de reunir os 150,000 marcos necessários para pagar o resgate de Ricardo a Henrique VI, Imperador do Sacro Império.
Esta soma representava na altura uma verdadeira fortuna que obrigou à imposição de impostos especiais e deixou Inglaterra na bancarrota.

Talvez devido a isto, João não foi um regente popular e é frequentemente retratado como vilão em histórias como Ivanhoé ou nas lendas de Robin Hood. Ricardo, no regresso, concedeu-lhe o perdão e, pouco antes de morrer, proclamou-o herdeiro do trono.

  • Ascensão ao trono inglês (1199)
João sucedeu na coroa de Inglaterra em 1199, depois da morte de Ricardo Coração de Leão numa batalha em França.
Repudiou então a esposa Isabel de Gloucester

casamento foi anulado Por razões de consanguinidade eram primos, ambos descendentes de Henrique I. Como resultado, a Isabel nunca foi reconhecida como rainha da Inglaterra e seu antigo título foi incorporado na coroa.

e contraiu matrimónio com Isabel de Augoulême. João, entretanto, não foi aceite logo por todos os seus súditos. Na Normândia, os nobres preferiram a pretensão de Artur I, Duque da Bretanha, o seu sobrinho de doze anos.


Para resolver o problema, João invadiu o Ducado da Bretanha em 1202 e Artur I apelou para a ajuda do rei Filipe II de França e declarou-se seu vassalo. Artur foi capturado, e possivelmente assassinado, no ano seguinte, mas já era tarde demais para impedir a intervenção dos franceses.

Foi denunciado por Filipe II Augusto perante a Corte dos pares por ter raptado Isabel de Angoulême, que justificou que em 1204, Filipe II tenha invadido e conquistado a Normândia e o Condado de Anjou.

Depois da morte de João, Isabel ajudou na coroação do filho e voltou para Angoulême.

Levou com ela a filha Joana, que havia sido prometida em casamento a seu antigo noivo, Hugo de Lusignant, Isabel acabou superando a filha e se casou com Hugo. A filha voltou para a Inglaterra e acabou casando com Alexandre II da Escócia.

Hugo de Lusignant, perdidamente apaixonado e feliz pelo reencontro com a noiva tornou-se um escravo da beleza e da sensualidade de Isabel. Ao morrer, Isabel foi homenageada pelo filho e rei da Inglaterra, que colocou na lápide da mãe a inscrição: "Isabel de Angoulême: Nunca houve uma mulher tão bela

Os aliados de João Sem Terra, entre os quais o imperador germânico Oto IV, foram batidos em Bouvines (1214), sendo ele mesmo vencido em Roche-aux-Moines. João nunca conseguiu recuperar estes territórios e as possessões inglesas no continente limitaram-se a partir de então ao Ducado da Aquitânia.

Para Philippe Contamine, "a batalha de Bouvines teve, ao mesmo tempo, importantes conseqüencias e uma grande repercussão". Oto perdeu sua coroa e o Sacro Império Romano Germânico viria a desintegrar-se

Enquanto rei, João procurou reorganizar as finanças do seu país, debilitadas depois do resgate pago pela libertação de Ricardo.

Uma das medidas que tomou foi instituir um novo imposto sobre os nobres que falhavam na sua obrigação de fornecer soldados e material militar à coroa.

Além disso, João acabara de perder territórios para França e interferiu na escolha do Arcebispo da Cantuária, não aceitando o candidato do Papa Inocêncio III, o que lhe valeu o desagrado do Sumo Pontífice e sua excomunhão em 1211.

O rei respondeu com o confisco dos bens eclesiásticos. Os nobres viram esta repreensão da Igreja como um incentivo à revolta e em breve o país encontrava-se em estado de quase guerra civil.

Para não perder o valioso apoio de Roma, no entanto, o monarca, em 1213, submeteu-se ao papa e enfeudou seus reinos à Santa Sé.

  • Fracasso na França e rebelião dos barões na Inglaterra
  • João sem Terra assina a Magna Carta.
Depois de fracassar na tentativa de recuperar seus domínios na França, regressou à Inglaterra.

Ali enfrentou a rebelião dos barões, os quais obrigaram-no, perto de Londres em em 15 de Junho de 1215, a assinar, outorgar e jurar a Magna Carta (ou Carta Magna) aos barões e à burguesia, insatisfeitos com sua política.

A Magna Carta, que que limitou o poder monárquico, era um tratado de direitos, mas principalmente deveres, do rei para com os seus súditos. Considera-se que este tratado marca o início da monarquia constitucional em Inglaterra.

A cláusula mais importante para João, naquele momento, era a 61ª, conhecida como "cláusula de segurança" e a mais extensa do documento. Estabelecia um comité de 25 barões com poderes para reformar qualquer decisão real, até mesmo pela força se necessário.

João não pretendia honrar a Magna Carta, já que esta havia sido selada sob coerção; ademais, a cláusula 61 anulava, para todos os efeitos práticos, as suas prerrogativas como monarca

João pediu ajuda ao papa, que o eximiu do juramento. O rei passou a ignorar todos os pontos do documento.

Em 1216, muitos barões descontentes com o péssimo reinado de João Sem Terra, apoiaram a invasão da Inglaterra pelos franceses liderados pelo príncipe Luis VIII de França e ofereceram o trono a este.

Ele foi proclamado "Rei de Inglaterra" em Maio desse ano mas nunca foi coroado. Luis aceitou o cargo com grande pompa e celebração na Catedral de St. Paul, em Londres onde muitos nobres incluindo o próprio Rei Alexandre da Escócia, estavam presentes e juraram-lhe vassalagem.

Porém havia ainda um pequeno foco de resistência a ele e após um ano e meio de guerra, a maioria dos barões rebeldes foi derrotada e Luis teve que desistir do trono da Inglaterra ao assinar, em 1217, o Tratado de Lambert.

Nele, Luis concordava que ele nunca fora um legítimo Rei de Inglaterra.

A morte de João Sem Terra e o apoio para o jovem Henrique III acabaria por apressar esses factos.

João sem Terra morreu em Newark, Inglaterra, em 18 de Outubro de 1216, possivelmente envenenado por um abade irritado por ele ter tentado seduzir uma freira e encontra-se sepultado na catedral de Worcester.

Subiu ao trono seu filho Henrique III.

Descendência

  • 1-Henry III da Inglaterra (1 de outubro de 1207 - 16 Novembro 1272)
  • 2-Richard, Conde de Cornwall e Rei dos Romanos (5 de janeiro de 1209 - 2 de Abril 1272). Casado em primeiro lugar com Isabel Marshal, em segundo lugar com Sancha da Provença, e em terceiro lugar com Beatriz de Falkenburg.
  • 3-Joana (22 de Julho de 1210-1238), a esposa de Alexander II da Escócia
  • 4-Isabel (1214-1241), esposa do imperador Frederick II
  • 5-Eleanor (1215-1275), que viria a casar em primeiro lugar, com William Marshal, 2º conde de Pembroke e depois com Simon de Montfort, 6º Conde de Leicester.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Ricardo Coração de Leão


  • Nasceu a 8 de Setembro de 1157
  • Moreu a 6 de Abril de 1199
  • Títulos
  • Duque de Aquitânia
  • Conde de Anjou
  • Duque da Normandia

  • . Ricardo é também conhecido por vários cognomes, entre eles Coração de Leão (Coeur de Lion, Lionheart), Oc et No (sim e não em provençal) e Melek-Ric (Rei-Ric[ardo]) pelos muçulmanos do Oriente Médio, que usavam a sua figura para ameaçar as crianças que se portavam mal.
Ricardo foi um dos líderes da Terceira Cruzada e foi na sua época considerado como um herói.

  • Primeiros anos
Ricardo foi o terceiro filho de Henrique II de Inglaterra e Leonor da Aquitânia, depois de Guilherme, Conde de Poitiers, que morreu criança, Henrique o Jovem e de Matilde

Foi educado essencialmente pela mãe e quando Leonor decidiu separar-se de Henrique II e ir viver em Poitiers no fim da década de 1170, Ricardo acompanhou-a.

Enquanto príncipe recebeu uma excelente educação, mas sobretudo voltada para a cultura francesa. Ricardo nunca aprendeu a falar inglês e pouca ou nenhuma importância deu a Inglaterra durante a sua vida.

Essa "negligência" beneficiou seu irmão João, que posteriormente, quando de sua ausência, na terceira cruzada, tenta-lhe usurpar o poder.

  • Ricardo Coração de Leão.
Em 1168 tornou-se Duque da Aquitânia em conjunção com Leonor, no âmbito da política de Henrique II em dividir os seus territórios pelos filhos. A medida não obteve os objectivos esperados porque, em 1173, Leonor e Ricardo foram os responsáveis por uma revolta generalizada contra Henrique II que partiu da Aquitânia.

O rei controlou os motins no ano seguinte, perdoando a Ricardo e Henrique o Jovem, mas encarcerando Leonor. Talvez por isso e pelo humilhante pedido de desculpas a que foi obrigado, Ricardo nunca se reconciliou totalmente com o pai.

Após este episódio, Ricardo teve que lidar ele próprio com diversas revoltas da nobreza da Aquitânia que desejavam vê-lo substituído por um dos irmãos, e que suprimiu com violência.

Com a morte de Henrique o Jovem em 1183, Ricardo torna-se no inesperado sucessor do trono inglês e do Ducado da Normandia.

Em 1188, como a relação dos dois que continuava péssima, Henrique II considerou que Ricardo não merecia mais a Aquitânia e tentou entregar este ducado a João Sem Terra, o seu filho mais novo.

Ricardo, por sua vez, não gostou de se ver preterido pelo o irmão e preparou-se para defender o seu território, pedindo ajuda a Filipe II de França. Juntos, responderam à invasão das tropas de Henrique II, que acabou por morrer pouco depois de ter sido derrotado na batalha de Chinon em 1189.

  • Rei e Cruzado
Ricardo tornou-se então rei da Inglaterra, duque da Normândia e conde de Anjou, sucedendo ao pai que detestava, sendo coroado em 3 de Setembro, na Abadia de Westminster.

Livre para perseguir os seus próprios interesses, Ricardo não permaneceu muito tempo na Inglaterra. Imediatamente após a subida ao trono, começou a preparar a expedição à Terra Santa que seria a Terceira Cruzada.

Para tal, não hesitou em esvaziar o tesouro do pai, cobrar novos impostos, vender títulos e cargos por somas exorbitantes a quem os quisesse pagar e até libertar o rei Guilherme I da Escócia dos seus votos de vassalagem por cerca de 10,000 marcos.

O único entrave era a ameaça constante que Filipe II de França representava para os seus territórios no continente e que Ricardo resolveu convencendo-o a juntar-se também à cruzada.

A primeira paragem dos cruzados foi na Sicília em 1190, onde Ricardo e Filipe se imiscuíram na política local, saqueando algumas cidades de caminho. É nesta altura e por este motivo que Ricardo compra a inimizade do Sacro Império e nomeia o sobrinho Artur I, Duque da Bretanha como seu herdeiro.

Em 1191, Ricardo e o seu exército desembarcam em Chipre devido a uma tempestade. A presença de tantos homens foi considerada uma ameaça pelo líder bizantino da ilha, e em breve os conflitos apareceram.

A resposta de Ricardo foi violenta: não só se recusou a partir, como massacrou os habitantes das cidades que lhe resistiram, espalhando a destruição na ilha. Depois do cerco de Cantaras, Isaac Comemnos abdicou e Ricardo tornou-se no dono de Chipre.

Foi também neste ano que casou com a princesa Berengária de Navarra, numa união a que nunca ligou e que não produziu descendência.

Em Junho de 1191, Ricardo chega à Terra Santa a tempo de aliviar o cerco de Acre imposto por Saladino. Estava já sem aliados, depois de uma série de desavenças com Filipe e o duque Leopoldo V da Áustria.

A sua campanha foi um sucesso e granjeou-lhe o estatuto de herói, bem como o respeito dos adversários, mas sozinho com o seu exército não poderia nunca realizar o seu principal objectivo de recuperar Jerusalém para o controle cristão.

Além disso, a influência de João na política em Inglaterra e de Filipe II, demasiado próximo agora da Aquitânia e Normandia, obrigavam um urgente regresso à Europa. No Outono de 1192, Ricardo iniciou o caminho de volta, depois de se recusar em ver sequer de longe Jerusalém.

Na viagem de regresso, Ricardo reencontrou Leopoldo da Áustria, que não lhe havia perdoado os insultos recebidos em Chipre, foi feito prisioneiro e mais tarde entregue ao imperador Henrique VI do Sacro Império.

O seu cativeiro em Dürnstein, na Áustria, não foi severo e durante os quatorze meses em que foi mantido prisioneiro (de Dezembro de 1192 a 4 de Fevereiro de 1194) Ricardo continuou a ter acesso aos privilégios que a sua condição de rei determinava.

O seu resgate custou 150 000 marcos ao tesouro de Inglaterra, soma equivalente ao dobro da renda anual da coroa, o que colocou o país na absoluta bancarrota e obrigou a muitos impostos adicionais nos anos seguintes.

Como prova de agradecimento a Deus pela sua libertação, Ricardo arrependeu-se publicamente dos seus pecados e foi coroado uma segunda vez. Apesar do esforço do país para o libertar, Ricardo abandonou a Inglaterra de novo ainda no mesmo ano de 1194 para lidar com os problemas fronteiriços com a França nos territórios do continente.

Desta vez para não mais regressar. Ricardo morreu como consequência de ferimentos provocados por uma flecha que o atingiu no abdómen em Abril de 1199.

O próprio facto de ter sido atingido naquela zona do corpo é revelador da sua personalidade. Se tivesse usado uma armadura nesse dia, não teria morrido.

Pouco antes de morrer,Ricardo proclamou o seu irmão João herdeiro do trono.

O seu corpo está sepultado na Abadia de Fontevraud, junto de Henrique II de Inglaterra e de Leonor da Aquitânia, seus pais.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Henrique II

  • Nasceu a 5 de Março de 1133
  • Morreu em Le Mans, França, 6 de Julho de 1189

Títulos : Conde de Anjou,
Conde de Poitiers
Duque da Normandia
Rei de Inglaterra de 1154 até à sua morte tendo sido o primeiro monarca da dinastia angevina, os Plantagenetas.

Descendência :Era filho de Matilde de Inglaterra e de Geoffrey V, Conde de Anjou
e sucedeu ao primo em segundo grau Estevão I de Inglaterra no fim da Anarquia. (A Anarquia é o nome dado à guerra civil inglesa no reinado de Estevão de Inglaterra entre 1135 e 1153 )

  • Primeiros anos

Henrique cresceu em Anjou nos territórios do pai, acompanhando de longe a luta de sua mãe pela coroa inglesa. Foi introduzido na governação em 1150 e depressa se revelou um líder capaz.

A 18 de Maio de 1152, Henrique casou com a herdeira e duquesa Leonor da Aquitânia, recentemente divorciada do rei Luis VII de França. Apesar do divórcio, Leonor conseguiu preservar a tutela do seu ducado, que passou a governar com Henrique a partir da data do casamento. Este facto fez de Henrique senhor de um território que incluía a Normandia, Anjou, Poitiers, Aquitânia e Gasconha, tornando-o tão poderoso ou mais que o próprio rei de França.

  • Reinado

Em 1153, depois da morte de Eustáquio de Blois, herdeiro de Estevão de Inglaterra, Henrique invadiu a Inglaterra e obrigou o rei doente a nomea-lo como sucessor. Esta solução para o fim da guerra civil agradou às populações e no ano seguinte Henrique tornou-se rei de Inglaterra com apoio generalizado do país.

Henrique depressa mostrou que não seria um monarca suave e que os tempos da Anarquia tinham chegado ao fim. As suas primeiras medidas foram dirigidas aos nobres que se haviam tornado imprevisíveis durante a crise.

Castelos construídos sem autorização real foram desmantelados e um novo sistema de colecta de impostos implementado. A administração pública melhorou significativamente com o estabelecimento de registos públicos criados pelo rei. No campo da justiça, Henrique mandou coligir o primeiro livro de leis inglês, descentralizou o exercício da justiça através de magistrados com poderes de agir em nome da coroa e implementou o julgamento por júri.

Entre as variadas iniciativas, Henrique minou o poder da Igreja Católica, determinando que religiosos que tivessem cometido crimes de direito comum fossem julgados por tribunais civis e não eclesiásticos, e estabelecendo um novo conjunto de impostos sobre as ordens religiosas.

Como seria de prever, esta atitude valeu-lhe uma enorme onda de protestos, encabeçada por Thomas Becket, Arcebispo da Cantuária e seu amigo pessoal.

Becket dirigiu-se a Roma para apelar ao papa ao que se seguiu um exílio de vários anos.

Em 1170, Henrique e Beckett reconciliaram-se formalmente num encontro na Normandia, mas pouco depois o atrito recomeçou.

Diz a tradição que Henrique perguntou Não há ninguém que me livre deste padre turbulento? Quatro dos seus nobres levaram o desabafo a sério e Thomas Becket foi assassinado na Catedral da Cantuária a 29 de Dezembro de 1170.

Henrique chorou a morte de Becket e puniu severamente tanto os assassinos como as suas famílias. Para aligeirar a relação com o papa que o ameaçou de excomunhão, o rei doou importantes somas à ordem dos Templários e aos Cavaleiros Hospitalários e incentivou os seus súbditos a partir em cruzada para a Terra Santa, apesar de ele próprio nunca ter peregrinado ao Oriente.

Durante o seu reinado, Henrique finalizou a conquista e anexação do País de Gales e da Irlanda.

  • Conflitos com a família

O casamento com Leonor da Aquitânia, se bem que político e com um intervalo de 11 anos entre eles, foi certamente tempestuoso.

Guilherme de Poitiers, o primeiro filho do casal nasceu poucos meses depois do casamento o que indica uma relação anterior ao matrimónio. Henrique, no entanto, concebeu cerca de dez filhos ilegítimos, alguns dos quais criados pela própria Leonor junto dos filhos de ambos.

No princípio da década de 1170, Leonor abandonou Inglaterra e estabeleceu-se na Aquitânia. Os motivos permanecem desconhecidos, mas a ligação amorosa e pública de Henrique com Rosamund Clifford, uma galesa, pode ter tido alguma influência.

Na mesma altura, Henrique decidiu separar os seus territórios de forma a serem herdados pelos diferentes filhos. O resultado foi desastroso uma vez que os príncipes decidiram apropriar-se das terras antes da sua morte.

Henrique o Jovem e Ricardo revoltaram-se contra o pai na Normandia e Anjou, com o apoio de Leonor, que não tinha apreciado as recentes intromissões de Henrique no Ducado da Aquitânia, e de Luis VII de França.

De todos os seus filhos apenas o bastardo Geoffrey, Arcebispo de York, permaneceu do seu lado e na sua estima até ao fim.

Em 1173 é a própria Leonor quem inicia uma rebelião contra o rei. Henrique acabou por controlar a revolta no ano seguinte e colocou-a na prisão onde permaneceu nos 15 anos seguintes.

A relação com o filho Ricardo piorou ainda mais com a sua subida ao estatuto de herdeiro depois da morte do irmão mais velho.

Em Julho de 1189 Ricardo, auxiliado pelo rei Filipe II de França, derrota o exército de Henrique em Chinon.

Dois dias depois, Henrique morreu num castelo das redondezas, presumivelmente de ferimentos recebidos na batalha.

Encontra-se sepultado na Abadia de Fontevraud em Anjou, França.

  • Descendência

De Leonor da Aquitânia , Duquesa da Aquitânia (1 de Abril de 1122 - 31 de Março de 1204), filha de Guilherme X da Aquitânia, duque da Aquitânia (1099 - 9 de Abril de 1137) e de Leonor de Châtellerault (1103 - 1137), teve:

  • 1º-Guilherme, Conde de Poitiers (1152-1156)
  • 2º-Henrique o Jovem, herdeiro de Inglaterra (1155-1183)
Em 1156 depois da morte do primogénito Guilherme, Conde de Poitiers ainda na infância, Henrique tornou-se herdeiro do trono de Inglaterra. Apesar de nunca ter governado sozinho, ou contar para a lista de monarcas britânicos, foi coroado em 1170 juntamente com a mulher, a princesa Margarida de França. Este passo foi uma insistência do pai que causou conflitos com a Igreja Católica, nomeadamente com Thomas Becket, então Arcebispo da Cantuária.

Em 1183 morreu de disenteria contraída no acampamento militar de um exército levantado contra o pai. Henrique II comentou na sua morte: Ele custou-me muito, mas queria que tivesse vivido para me custar mais. Ricardo Coração de Leão sucedeu-lhe como primeiro na linha de sucessão e viria a tornar-se rei seis anos mais tarde.

  • 3º-Matilde Plantageneta (1156-1189), casou com Henrique V, Duque da Saxónia e da Baviera
  • 4º-Ricardo Coração de Leão, rei de Inglaterra (1157-1199)
Foi educado essencialmente pela mãe e quando Leonor decidiu separar-se de Henrique II e ir viver em Poitiers no fim da década de 1170, Ricardo acompanhou-a. Enquanto príncipe recebeu uma excelente educação, mas sobretudo voltada para a cultura francesa. Ricardo nunca aprendeu a falar inglês e pouca ou nenhuma importância deu a Inglaterra durante a sua vida.

Em 1168 tornou-se Duque da Aquitânia em conjunção com Leonor, no âmbito da política de Henrique II em dividir os seus territórios pelos filhos.

A medida não obteve os objectivos esperados porque, em 1173, Leonor e Ricardo foram os responsáveis por uma revolta generalizada contra Henrique II que partiu da Aquitânia. O rei controlou os motins no ano seguinte, perdoando a Ricardo e Henrique o Jovem, mas encarcerando Leonor. Talvez por isso e pelo humilhante pedido de desculpas a que foi obrigado, Ricardo nunca se reconciliou totalmente com o pai.

Após este episódio, Ricardo teve que lidar ele próprio com diversas revoltas da nobreza da Aquitânia que desejavam vê-lo substituído por um dos irmãos, e que suprimiu com violência.

Com a morte de Henrique o Jovem em 1183, Ricardo torna-se no inesperado sucessor do trono inglês e do Ducado da Normandia
  • 5º-Geoffrey, Duque da Bretanha (1158-1186)
Foi Duque da Bretanha entre 1181 e 1186, através do seu casamento com Constança, a herdeira do ducado. . De Constança, Godofredo teve dois filhos: Artur e Leonor da Bretanha.
A sua curta governação da Bretanha não teve consequências políticas. Ele morreu subitamente em Paris, na sequência de um acidente de cavalo durante um torneio.
  • 6ª-Leonor Plantageneta (1162-1214), casou com Afonso VIII de Castela
e desse casamento teve 10 filhos entre os quais D.Urraca que foi casada com D.Afonso II de Portugal, Branca de Castela, que se casou com Luís VIII de França e Henrique I de Castela que se casoo com casou-se com Mafalda de Portugal, filha de D. Sancho I de Portugal, tendo esse casamento sido dissolvido por consaguinidade.

  • 7º-Joana Plantageneta (1165-1199), casou com 1) Guilherme II, rei da Sicília e 2) Raimundo, Conde de Toulouse
Ela nasceu em Angers, Anjou, e passou sua juventude na corte de sua mãe em Winchester e em Poitiers. Era a irmã favorita de Ricardo I. Em 1176, o rei Guilherme II da Sicília enviou embaixadores à Inglaterra para pedir a mão de Joana em casamento. O noivado foi confirmado e, em 27 de agosto, Joana levantou velas para a Sicília, escoltada pelo bispo de Norwich e por seu tio, Hamelin, conde de Surrey.

Eles tiveram um filho, Boemundo, nascido em 1181, que morreu na infância. Após a morte de Guilherme, ela foi mantida prisioneira pelo novo rei, Tancredo da Sicília.

O irmão dela, Ricardo I, chegou à Itália em 1190, a caminho da Terra Santa. Ele exigiu o retorno dela, junto de seu dote. Tancredo se furtou a essas exigências, então Ricardo tomou um mosteiro próximo e o castelo da Bagnara. Decidido a passar o inverno lá, ele atacou e subjugou a cidade de Messina., Tancredo aquiesceu aos termos e devolveu o dote de Joana.

Joana voltou a casar, em 1196 com Raimundo VI de Toulouse . O casamento aconteceu em Beaucaire, presidido pelo próprio Ricardo I. No ano seguinte, ela deu à luz um filho, também chamado Raimundo, depois Raimundo VII de Tolosa.

  • 8º-João Sem Terra, rei de Inglaterra (1166-1216)
Não herdou nenhuma terra quando da morte de seu pai, fato que lhe deu o seu cognome. Passou à História como o rei que assinou a Magna Carta, considerado o início da monarquia constitucional em Inglaterra.

Era o mais novo entre os cinco filhos do rei Henrique II de Inglaterra e Leonor da Aquitânia e não se esperava que sucedesse ao trono.

Foi, no entanto, o único dos filhos legítimos de Henrique II que não se revoltou contra o poder do pai.

Talvez, como compensação, João foi nomeado Senhor da Irlanda em 1185. O seu governo foi desastroso e foi obrigado a abandonar o território poucos meses depois.

Em 1188, Henrique tentou tornar João Duque da Aquitânia, em substituição de Ricardo Coração de Leão, que considerava de pouca confiança.

O resultado foi catastrófico para Henrique II, que morreu durante a expedição punitiva organizada contra Ricardo.


Filhos ilegítimos, entre outros
  1. Guilherme Longespee, Conde de Salisbury (1152-c.1226)
  2. Geoffrey, Arcebispo de York (1159-1212)